O que é

Não há como ignorar. Em pleno 2018, século 21, o Brasil e o mundo passam por crises sociais, políticas, econômicas e simbólicas de grandes magnitudes. A arte nacional, nos últimos tempos, vem sendo alvo de constantes ataques e censuras, desconfigurando seus contextos, liberdades e diversidade de vozes. E é esta arte que reage às circunstâncias e aborda pautas urgentes, que precisam ser evidenciadas, compartilhadas e discutidas, que compõe a 12ª edição do encontro internacional de artes IC. Poderia soar redundante aderir a este lema, mas a realidade expõe como estamos longe de esgotá-lo. O IC12 é de “Arte como Luta”.

Realizado pela Dimenti Produções Culturais em parceria com a Associação Conexões Criativas, o evento ocorre de 21 a 26 de agosto de 2018, em Salvador. Em sua programação, espetáculos, performances, shows e intervenções são protagonizados por elencos de representatividade em questões de raça, sexualidades, direitos civis, movimentos sociais, linchamentos públicos, visibilidade a seus corpos. Estudantes, travestis, prostitutas, militantes, artistas perseguidos, negros e negras, indígenas, periferias, indivíduos marginalizados. Eles e elas não recuam, não se intimidam e vão à luta, afirmando existências que escapam às normativas aprisionadoras e excludentes. As atividades ocupam o Goethe-Institut Salvador-Bahia, o Teatro Experimental da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Forte do Barbalho e ruas da cidade.

O IC é uma iniciativa artística independente, contemporânea e desafiadora, concebida de forma continuada e impulsora de instigantes processos para a produção cultural da Bahia e do Brasil. O projeto abre espaço para articulações, reflexões e intercâmbios como uma plataforma pluriartística de criação e difusão, intermeando os campos da dança, teatro, performance, música, audiovisual e artes visuais, além da crítica artística e da comunicação. Tudo sustentado em princípios como experimentação, deslocamento, risco, livres relações entre processo e produto, flexibilidade e criticidade. Cada edição é atravessada por uma questão simbólica que orienta o processo curatorial e a composição da programação, em consonância com aquilo que move a criação de artistas em diferentes partes do mundo, em associação com as pesquisas dos próprios artistas-curadores-produtores: Ellen Mello, Fábio Osório Monteiro, Jorge Alencar, Leonardo França e Neto Machado.