Processo Dilatado

Como falar sobre o que está entre o visível e o invisível? Qual o tempo de construir uma constelação? Como pensar em um mundo em que as lógicas são outras de tempo e espaço? Se todos os tempos estão diante dos nossos olhos, aqui e agora, o que escolhemos ver? Com essas perguntas, na busca por um lugar que não é nem material nem imaterial, surge a peça-instalação-experimento temporário “Processo Dilatado”. As pedras, as plantas, a argila, a água e o vento, juntos, tecem um campo dislógico. Os ciclos naturais/culturais, o resfriamento da lava, o lapidamento das pedras pela água do mar e da chuva, o cuidado na terra, o plantio, o crescimento da vida, a colheita, a morte. Artistas acreditam que suspender as lógicas da percepção contemporânea do mundo, de tempo, espaço e comunidade pode ser um caminho contra as lógicas de opressão.

Uma das categorias da curadoria do IC Encontro de Artes é a programação de projeto: para além do mapeamento e convocação de obras artísticas, o evento incorpora um projeto preconcebido inteiro, numa articulação identitária e curatorial. “Corpo em Casa” é uma plataforma de proposições cênicas realizada desde 2016 pela Deslimites Mediações Artísticas, que oferece ao espectador/testemunho uma experiência sensível e política de versões alternativas sobre corpo e intimidade. Tais alternativas transversalizam diversos posicionamentos sobre feminismo, empoderamento, violência, presença, identidade, resistência, enquanto, simultaneamente, ocupam, transitam e transformam os cômodos da Casa Rosada.

QUEM SÃO
Direção: Thiago Cohen | Intérpretes-criadores: Ana Brandão e Bernardo Oliveira | Dramaturgia: Thiago Cohen, Ixchel Castro, Ana Brandão e Bernardo Oliveira | Experimentações sonoras: Bernardo Santos e Edson Dantas | Iluminação (criação e execução): Marcus Lobo e Hud Figueiredo | Arte visual: Naiara Rezende | Contrarregragem: Natielly Santos e Danilo Lima | Coprodução: Deslimites Mediações Artísticas e COATO Coletivo | Registros (foto e vídeo): Nii Colaboratório – João Rafael Neto e Neemias Santana

Thiago Cohen: artista da dança formado pelo Curso Técnico em Dança da ETEC de Artes do Estado de São Paulo e graduando do 6º semestre do Bacharelado Interdisciplinar em Artes pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Criador do solo “Demolições – La Petite Mort” (2015), com direção do coreógrafo espanhol Asier Zabaleta, por meio de projeto de residência artística do VIVADANÇA Festival Internacional. Participou do trabalho “Corpo, Carga, Calma, Alma”, do alemão Ben J. Riepe, e “Intempestivamente”, do canadense Adam Kinner, ambos em 2017 e em parceria com o Goethe-Institut Salvador-Bahia, através do Programa de Residência Artística Vila Sul. Atuou como assistente de direção de Nirlyn Seijas no trabalho de dança “Há violência no Silêncio?” (2015) e foi um dos criadores da performance interativa “O Suco da Revolta” (2016). Esteve em residência artística com a Cia. Ertza, do coreógrafo Asier Zabaleta, em parceria com o centro de dança Dantzagunea, localizado em Donostia, San Sebastian, Espanha, onde desenvolveu a performance ritual “Burua Itzali”, que integrou o projeto “Estudo para demolição”, contemplado pelo Edital de Mobilidade Artística 2017 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. É um dos curadores e idealizadores do projeto “Corpo em Casa”. Dirigiu os espetáculos “Kilezuuummmm” (2018) e “Processo Dilatado” (2019). Integra o coletivo Deslimites, Mediações Artísticas e atualmente faz parte da equipe de gestão do espaço cultural feminista Casa Rosada Barris, em Salvador, Bahia.

Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 80 min
[Foto por João Rafael Neto]